sábado, 7 de dezembro de 2013

Venda ou compra do livro "Meninos que não Queriam ser Padres"


314 p. il. fots. 21 cm
cdu 821.134.3(813.7)-312.6
isbn 978-85-911889-0-1


VALOR, JÁ COM FRETE POR VIA COMUM, PARA TODO O BRASIL : 30,00 (TRINTA REAIS).

FORMA DE PAGAMENTO: transferência bancária antecipada a ser acertada no ato da compra.

A COMPRA DEVE SER FEITA ATRAVÉS DO EMAIL: afjsaracura@ig.com.br ou pelo telefone 79-99883700


O romance é baseado (e utiliza em alguns trechos) no diário secreto de um seminarista, coincidentemente mesmo que, no romance anterior “Os Tabaréus do Sítio Saracura”, entra no seminário pela exclusiva vontade da mãe.  Mas o menino não possuía a instrução exigida no seminário. Começam os choques culturais, as dificuldades, a luta intensa na adequação e as  pequenas vitórias. O livro disseca um colégio interno com todas as suas nuances, vícios e virtudes. E as dúvidas da adolescência sobre o futuro, especialmente sobre a vocação sacerdotal. A realidade, a ficção e a história caminham entrelaçadas em toda a trama do romance, que consiste em um resgate da vida estudantil em Aracaju, 50  anos atrás.
Sobre o livro escreveu Vladimir Souza Carvalho (da Academia   Sergipana de Letras): ” De estilo leve, a leitura fluindo saborosa, do domínio do discurso, da sedimentação de uma narrativa, muitas vezes marcada pela emoção... o autor já demonstrou que é um memorialista maduro  ...  (a trama do livro) ao  toque de suas palavra  se  transforma em revelação  surpreendente, capaz de prender o leitor do início ao final”. Veja  a íntegra da resenha e outras (de outros leitores) em “www. meninosquenaoqueriamserpadres.blogspot.com”.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Virman escreve: ANTONIO FRANCISCO DE JESUS, SARACURA, o Acadêmico


Fiquei em dúvida se incluía esse texto aqui em "Meninos que não queriam ser Padres" ou em outro dos meus blogs. Botei aqui mesmo, porque (mesmo de subleve) fala um pouco do efeito livro. Obrigado, amigo Virman! Um dos grandes amigos que os livros que escrevo me deram (01/11/2013, já?)    


ANTONIO FRANCISCO DE JESUS, SARACURA, o Acadêmico

Em 30 de novembro de 1858, passados exatos 154 anos, 10 meses e 18 dias, um tobiense ilustre despediu-se dos jovens desta terra, dos quais era professor e amigo. Escreveu ele:
“Finalmente agora só me resta dizer-vos adeus. E se deixando este Magistério que, para mim, hoje termina, deixo aquilo que talvez jamais me possa ser restituído, é porque creio que algum dia possa em alguma coisa dirigir os jovens que se dedicam às letras. Por que motivo o faço? É porque decerto, muita vez se me torna pesado o encargo que me impõe o inocente menino; pois eu quisera, discípulos, saber quanto possível, para levar a luz ao vosso espírito que aqui jaz imerso em rudes trevas.
Entretanto, ensinando-vos ao mesmo tempo que aprendo, vejo, ainda, que bem fracas são minhas forças para consegui-lo, porque me faltam os princípios da grande ciência, que sou levado a cultivar.
Mas eu vou deixar-vos levando o coração umedecido nos prantos da saudade.
Adeus, pois, bons discípulos.
Muito em breve vos provará o tempo quanto vos estimo, quanto vos tenho estimado e quanto vos estimarei sempre; por isso, considerai-me no número de vossos amigos.”
Itabaiana, 30 de novembro de 1858
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Era Tobias Barreto de Menezes e contava ele 19 anos, 5 meses e 23 dias. Um jovem sonhador, como todos os jovens soem sê-lo. Seu desejo de sempre saber para transmitir, levou-o a declarar: ”Meu fito é saber, nada mais”. E foi sempre aprendendo e ensinando, que se tornou criador de um estilo poético – o condoreirismo - e fundador de uma escola de pensamento livre: a Escola do Recife.
 Mudaram-se os tempos e os costumes. A universalização do conhecimento, através da Internet, abriu novos horizontes, não havendo mais necessidade de sair-se de casa nem abandonar os amigos para aprender, como nos tempos de outrora. As Letras, antes buscadas, são-nos hoje oferecidas quase gratuitamente. Só não aprendem os preguiçosos.
A interiorização das Academias, que já é uma realidade, vem proporcionar um encontro, a nível domiciliar, dos estudiosos da obra dos que nos precederam, mostrando que a cultura não é privilégio das grandes cidades, mas das grandes cabeças.
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Ignoro se minha simpatia por esta cidade se deve ao fato de Tobias tê-la amado, se é por sua singela beleza, mais parecendo uma mocinha pronta para a festa ou se por ser uma cidade de vencedores, - bem como se minha empatia com Sacacura é em função de termos o mesmo nome, sermos ambos ex-seminaristas e termos nascido pobres. A verdade é que me sinto bem aqui e com ele.
Por isto, tomo a liberdade de, sem autorização, mas, entendendo que meus conterrâneos sentir-se-ão orgulhos por estarem representados aqui e agora, - em nome dos acadêmicos da Academia Tobiense de Letras e Artes, da qual sou Presidente e de todos os tobienses, parabenizo a Academia Itabaianense de Letras por formalizar o título de acadêmico ao seu ilustre filho. Ao amigo e novel acadêmico Antonio Francisco de Jesus, Saracura, meu especial abraço.
Os grandes momentos trazem-nos sempre grandes lembranças. Tenho certeza de que, enquanto as palavras elogiosas chegavam aos seus ouvidos, por vezes e involuntariamente, os olhos da alma de Tonho de Zé de Pepedo passearam entre a Terra Vermelha, que “fica depois do Cajueiro e do Canário, pelo lado direito do Pé do Veado”, e as Flexas, onde reviram a lagoa Perpétua; riram da “bola esquipada” do então tabaréu, desceram da marinete e, de boca aberta, admiraram os imponentes casarões da Rua da Frente e a imensidão de água do Rio Sergipe, indo, finalmente, encontrar-se com o reitor – o padre Leão, aquele que tinha fama de ler os pensamentos, para declarar-lhe que queria ser padre para salvar as almas dos pecadores e que “trouche” a escova de dentes.
Recordaram o adolescente observador, que achava o professor Alfeu muito engraçado, especialmente quando queria parecer sério. O futuro escritor, que tivera seus diários sequestrados e o titubeante seminarista que ficara indeciso, precisando pular da torre, mas receoso por não ter recursos para se manter, até que enfim tomara uma decisão na vida: sair do seminário. O ex-seminarista que voltara com sua mala de couro, já sem as ilusões do vicariato de Itabaiana; o rapaz desorientado e cheio de medos, o inquilino da vila de seu Amado, na rua d. Quirino, 263 - a Vila dos Farinheiros, para, depois, chegarem ao Economista, Corretor de Imóveis, Analista de Sistemas e tantas outras funções exercidas, atingindo, finalmente a imortalidade como acadêmico.
Você é um grande vencedor, Saracura! Parabéns, Toinho de d. Florita!

Vírman
Tobias Barreto/SE

    16/10/2013

sábado, 13 de julho de 2013

Aderaldo Luciano (Rio de Janeiro) posta no Facebook sobre o livro "Meninos..."

Aderaldo Luciano (do Rio de Janeiro)
No facebook em julho de 2013 por volta do dia 13
Incluir no meu grupo de amigos.

Em 1981, depois de participar de um encontro vocacional, decidi que estava na hora de entrar para a Ordem dos Irmãos Maristas, religiosos voltados exclusivamente para o trabalho com educação, com colégios espalhados por todo o Brasil. Mas achava o modelo marista elitista demais, direcionado para à classe A, do topo da pirâmide brasileira. Resolvi trabalhar com a juventude do meio popular em uma comunidade eclesial de base. Fui transferido para Propriá, sob os cuidados do Ir. Salatiel Franciscano do Amaral. Por lá cumpri um bom tempo de estudo e de trabalho, seguindo as orientações progressistas de Dom José Brandão de Castro. Até o coração e o corpo pedirem mais do que hóstias, salve-rainhas e antífonas. Descobri-me um menino que não queria ser religioso. De passagem por Itabaiana, no Sergipe, num supermercado, encontrei o livro Meninos Que Não Queriam Ser Padres, de Antonio Francisco de Jesus, conhecido na cidade por Antonio Saracura. Que leitura agradável, lírica, aparentemente despretensiosa, mas repleta de elementos historiográficos e de costumes da antiga Aracaju. Uma pérola guardadinha perto de minhas lembranças, sempre a me espetar.
Em 1981, depois de participar de um encontro vocacional, decidi que estava na hora de entrar para a Ordem dos Irmãos Maristas, religiosos voltados exclusivamente para o trabalho com educação, com colégios espalhados por todo o Brasil. Mas achava o modelo marista elitista demais, direcionado para à classe A, do topo da pirâmide brasileira. Resolvi trabalhar com a juventude do meio popular em uma comunidade eclesial de base. Fui transferido para Propriá, sob os cuidados do Ir. Salatiel Franciscano do Amaral. Por lá cumpri um bom tempo de estudo e de trabalho, seguindo as orientações progressistas de Dom José Brandão de Castro. Até o coração e o corpo pedirem mais do que hóstias, salve-rainhas e antífonas. Descobri-me um menino que não queria ser religioso. De passagem por Itabaiana, no Sergipe, num supermercado, encontrei o livro Meninos Que Não Queriam Ser Padres, de Antonio Francisco de Jesus, conhecido na cidade por Antonio Saracura. Que leitura agradável, lírica, aparentemente despretensiosa, mas repleta de elementos historiográficos e de costumes da antiga Aracaju. Uma pérola guardadinha perto de minhas lembranças, sempre a me espetar.

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Maria Do Carmo Costa Uma obra muito bem escrita, já que o autor Antonio Saracura,também foi um Menino que não quis ser padre.Narra com grande propriedade,as situações vividas no Seminário,descortinando o coração e a alma.Lindo livro, do meu amigo Saracura.
Maria Do Carmo Costa Como lindos também são os outros dois livros escritos por Antonio Francisco Jesus, "Os Tabaréus do Sítio Saracura" e " "Minha Querida Aracaju Aflita". O primeiro é um livro que conta a História da sua gente,e surgiu da necessidade do autor de homenageá-los. A descrição da época,a fidelidade aos costumes,o amor as suas raizes,são retratadas fielmente pelo Saracura..Lindíssimo livro.E o segundo ,são crônicas diversas,sobre o cotidiano de Aracaju, sobre situações com as quais qualquer leitor pode se deparar,
Anderson Da Silva Almeida Prezado Antonio Francisco Jesus, te apresento o novo leitor, um menino que não queria ser padre Aderaldo Luciano! Os dois viraram grandes escritores (con)sagrados e profanos!

Robério Santos Amen! Sou feliz por conhecer vocês!

Antonio Francisco Jesus Obrigado, Anderson Da Silva Almeida pela apresentação. Obrigado Aderaldo, agora meu amigo, por estar portando um livro de que gosto imensamente. Espero que tenha passado bons momentos com ele. Se não ainda, que então passe. Sinto-me muito bem na companhia de vocês que tentarei cativar cada vez mais.

Anderson Da Silva Almeida Não há o que agradecer Antonio Francisco Jesus. Plagiando Robério Santos, sou feliz por conhecer vocês (2).
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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Eduardo Garcia fala sobre "Meninos..."

Eduardo Garcia é cientista e professor da UFS,
pertence a Academia Sergipana de Medicina e
Academia Sergipana de Letras.
Conheci-o na solenidade de posse de Antônio
Samarone na Academia Itabaianense de Letras
em 31/05/2013 em Itabaiana.


Eduardo Garcia
 <egarcia@ufs.br>
para mim
afjsaracura@ig.com.br


Prezado amigo Antonio Saracura,
        A leitura prazerosa trouxe-me uma inquietante sensação de
prematuridade quando, ao chegar à página 255, encontrei a declaração de que o
seu livro ”Meninos que não queriam ser padres” havia chegado ao “Fim”.
Encontrei nele um estilo agradável e uma escrita aligeirada conduzida sob a
forma de diário, resultando num relato romanceado sobre coisas e experiências
de um cotidiano vivido em ambiência singular. Das traquinagens no tempo de
seminarista - a exemplo das relatadas em “Os tiros de sal” - aos momentos de
maior profundidade reflexiva, tal como se lê em “O filho protegido”,
impressionou-me por sua maneira cativante de escrever, estilo que, por certo,
é resultado da sua dedicação à leitura e aos estudos. Ressalto ainda, por
mérito, a sua habilidade em distinguir e a coragem de ter escolhido os
caminhos que optou por trilhou na sua vida.
        Aproveito para dizer-lhe, mais uma vez, dos meus agradecimentos pela
gentileza do envio de “Os tabaréus do sítio Saracura” e “Minha querida Aracaju
aflita”. Confesso-lhe ter achado deliciosas as crônicas reunidas nesta última
obra, onde destaca vivências do cotidiano na cidade de Aracaju. Reforço também
a minha admiração pelo destaque que deu ao seu amor telúrico à Terra Vermelha,
seu torrão natal, tão carinhosamente tratado nas suas memórias de uma vida
vivida no Sítio Saracura.
        Estou certo de estar comungando com alguém que tem o amor à palavra e
que, dono de saber polimórfico, a todos nós, sergipanos, estimula e
engrandece.
        Receba os meus parabéns!
        Sinceramente,
        Eduardo A.C. Garcia

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Webmail da Universidade Federal de Sergipe.

Antonio Francisco de Jesus <afjsaracura@ig.com.br>
19:12
para Eduardo
Caro amigo Eduardo Garcia

Obrigado por ter lido meus livros e pelas palavras agradáveis que escreveu. O que um escritor quer mais? 
Um grande abraço, Antônio Saracura


Em 26 de junho de 2013 12:31, Eduardo Garcia <egarcia@ufs.br> escreveu:

sábado, 11 de agosto de 2012

Maria do Carmo Costa fala de "Meninos que não Queriam ser Padres"


Acabei de ler"Meninos que não queriam ser Padres ". Para quem leu " Os Tabaréus do Sítio Saracura", foi surpreendente.Quando você fala em sua terra e a sua gente,homenageando-os,em "Os Tabaréus...",eu já achava que estavam alí reunidos, todas as suas emoções e sentimentos.
Enganei-me!
Em "Meninos que não queriam ser Padres",você se mostra por inteiro, com toda a carga emocional pela qual passou, os mais íntimos e puros sentimentos que o atormentavam e o faziam feliz.
A história contada em forma de diário é envolvente.Li o livro em apenas 2 dias.Se em "Os Tabaréus do Sítio Saracura"você resgatou uma dívida com os seus conterrâneos,em "Meninos que não queriam ser Padres",você resgatou uma dívida consigo mesmo.Você se preparou para ser um escritor, e o é, na verdadeira acepção da palavra.
Ao colocar no papel, emoções e sentimentos tão íntimos e profundos,tolhidos totalmente contra sua vontade, você provou isso.
Que bom, menos um padre, mais um escritor no mundo.Parabéns por mais esta obra,pela coraqgem e determinação.Um abraço.Alerto que essas considerações são de apenas uma leitora.Não sou crítica de nada.É só o que sinto.

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Antonio Francisco Jesus  responde >>>>> Que bom que você teve coragem de ler meus livros. Que bom que gostou! Este é o prêmio do escritor, a grande recompensa. Espero continuar dando minha colaboração à literatura de minha terra. Espero que meus livros incentivem outras pessoas a publicar livros também recuperando e eternizando nosso jeito de ser. Obrigado por ter escrito esse comentário que me fez muito bem. Valeu conterrânea!
(Postado no Facebook Antônio Francisco de Jesus em 08/08/2012) 

terça-feira, 10 de julho de 2012

O poeta Adail Vivela tece comentários sobre MQNQSP


MENINOS QUE NÃO QUERIAM SER PADRES

Quando lemos um romance com o qual nos identificamos especialmente (como é o caso deste MENINOS QUE NÃO QUERIAM SER PADRES), passamos por um processo mágico de apercebimento de “pontos de contato” com nossa existência. Eu, por exemplo, sou casado com Auxiliadora, viu Antonio Francisco Jesus? (oriunda de Lagarto, pra vc não confundir as musas... rsrsrsrsrs). A mais velha de minhas filhas estudou no Arquidiocesano, como o autor. No meu livro mais recente (POEMAS NO CORETO), também há uma referência a Zé Peixe (no poema Canção de Aracaju). Fui aluno de Monteirinho, que costumava manifestar sua satisfação de ganhar muito bem como professor universitário (ai, ai...). Também trabalhei com Vladimir Carvalho, ele como membro do TRE-SE, eu como Chefe da Seção de Acórdãos e Resoluções.
Também tive diversos encontros com figuras do passado, super-constrangedores para ambas as partes. Lembro de dois: 1- Marcos Coelho, o Dirinho, era um menino danado, vizinho nosso em Barreiras-BA, que um dia desenhou um triângulo com alguns tracinhos na calçada e o nome de uma de minhas irmãs... (rsrsrsrsrs) – encontrei-o muitos anos depois, eu estudante de Direito e ele cobrador de ônibus; 2- Johannes Stephannis, um de meus colegas do ensino fundamental, veio também para Aracaju; quando me encontrou eu já era servidor público federal de nível superior, e ele vendedor de fitas cassete na feira.
Também estudei de favor (no meu caso, bolsa em colégio particular, no ensino fundamental; e depois em escolas públicas, no ensino médio e no superior – sendo no primeiro caso morando com um amigo da família ou em pensionato custeado por outro amigo; e depois em república universitária).
Assim como o autor, lia muito, só que sempre tive pessoas que me emprestavam ou davam livros; e, feito o autor, também estudava muito; creio que, assim como ele, sou um vencedor.
Já li os outros livros de Saracura: MINHA QUERIDA ARACAJU AFLITA e OS TABARÉUS DO SÍTIO SARACURA. Não sou crítico literário, porisso minha opinião é de leigo, no sentido de que ele alcançou um nível artístico mais elevado com OS TABARÉUS. O livro é extremamente dramático e estranhamente atrativo.
Falando do que interessa no momento, que é MENINOS QUE NÃO QUERIAM SER PADRES, o sentimento que ficou para mim é que o livro reflete um conflito aparentemente real na existência do escritor, de aceitação X repúdio; progresso X recalque; resgate X esquecimento. Em outras palavras, há pontos altos e baixos. Para resumir, creio que ele teve a coragem de enfrentar muitos fantasmas e, no geral, saiu-se bem. Não detectei erros de revisão; pensei em sugerir que ele identificasse os rostos nas fotos do final; depois de ler, no apêndice do livro, a identificação dos personagens, alguns reais outros fictícios, acho que fica melhor como está... faz sentido.
Como último “ponto de contato”, assim como o Saracura está melhor ao ter escrito, também me sinto melhor por ter lido. Acredito que é para isto que nascem as obras literárias... deixando gosto de quero mais!
 ·  ·  · Ver amizade
    • Antonio Francisco Jesus 
      Fico satisfeito em saber, pelo texto acima e por outros anteriormente divulgados, que meus livros foram bem aceitos pelo poeta Adail Vilela. Em nome deles, agradeço. Quando um leitor se dispõe a romper barreiras e registrar sua opinião sobre um livro, eu creio que é porque o livro o atingiu. E balançou a natural comodidade que nos embala na vida. Tem que ser um livro que valeu a pena ser escrito, um filho que valeu a pena ser criado. Pois valeu a pena ser lido, valeu a pena conhecê-lo. Por isso estou agora muito satisfeito. Depois do que você escreveu, estou esperançoso de que, pelo menos, mais uma pessoa resolva ler livros. Sejam os de minha autoria, da sua (Poemas de Pinho Apolo, O Grito das Pedras e Poemas no Coreto) ou de qualquer cabra sério que produza literatura. E sobre Os Tabaréus? Eu mesmo me surpreendo às vezes grudado nele, lendo-o pela enésima vez.
      há ± 1 hora · 
    • Adail Vilela de Almeida Boa noite, amigo Saracura - que bom ser incluído no rol dos escritores sérios! (rsrsrsrs) Não tenha dúvida, você pode entrar em qualquer ambiente literário de cabeça erguida - e, evidentemente, sou seu
      fã!!!!!!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O jornalista Luduvice José escreve sobre "Meninos..."e sobe


MENINOS QUE NÃO QUERIAM SER PADRES” UM LIVRO QUE REVOLVE O PASSADO

*Luduvice José

Ainda nem deu tempo de me enxugar do saudosismo após o profundo mergulho que dei no livro “MENINOS QUE NÃO QUERIAM SER PADRES”, do colega de seminário ANTONIO FRANCISCO DE JESUS.. Fui fundo, num périplo que o Saracura me proporcionou, revolvendo e me envolvendo em fatos, alguns sem conseguir esconder a realidade, mesmo travestidos de ficcionismo, mas flagrados por mim como ator de simplória participação nesse enredo sacro- profano.
Foi gratificante recordar. E ainda reverbera nos recônditos das evocações, permitindo-me buscar, levantando as dobras fugidias do tempo, e me encaixar em certas tramas, ligando nomes que o autor adicionou convenientemente complementos, além da providencial troca geográfica de logradouros que circundaram o então vetusto seminário arquidiocesano, aonde vivi durante alguns anos – é até de espantar -, estudando para ser padre.
Quarenta e nove anos me distanciam da história insculpida em cada capítulo. Sobretudo nas entrelinhas que vertem de soslaio, solilóquios de estórias que o tempo já havia entrevado nas minhas lembranças, levadas naturalmente e, que agora, pinceladas em graníticas e cristalizadas colocações, reacendem díspares direções, ensejando até mesmo uma cronologia que me emociona pela fidelização da pena de Antonio Francisco, com parte do que ocorreu e mereceu registro no seu livro. Que diga-se de passagem, dormitou bastante tempo para vir a lume, certamente tomando corpo no ruminar tão próprio dos cautelosos e prudentes. Certamente eivado pela concisão explícita, uma certa disciplina conseguida quem sabe nos soturnos e inexplicáveis – para mim, é claro -, retiros espirituais a que eram submetidos os seminaristas, sem maiores explicações, até mesmo por que todos já estávamos retirados da normalidade dos comuns.
Certamente Antonio Francisco tenha pinçado e coado vertentes, e depurado prioridades, dos calhamaços paridos dos diários gestados na surdina, escondendo urdiduras e agora revelando identidades de um bando de meninos que alimentaram sonhos de chegar a padres, mas que no deambular dos variados caminhos, exigências – muitas absurdas -, isolamentos, colidiram com a realidade que nos acordou, destroçando a inocência onírica, mostrando e desmistificando a premissa reinante, de que chegar ao sacerdócio representasse o caminho ditoso de servir a Deus.
No caleidoscópio da multiplicidade do caráter de cada colega – Antonio Francisco mostra as variadas tendências sem ser psicólogo -, pude enxergar as incongruências, assim como o fosso que separa a teoria, da prática. Principalmente da prática cristã, que não pode ser atrelada a nenhum segmento religioso.
A nostálgica lembrança, a narrativa circunstanciada, permitiram volatizar-me e recordar até mesmo da aragem penteando as folhas do sapotizeiro, e do elegante pé de sapota, provocando-me os sentidos que me trazem o adorável odor de maduros frutos que tanto saboreie. Da mesma forma que imaginei as frondosas mangueiras, que conhecia cada galho, pois mantinha uma estreita cumplicidade, pois me era fácil reconhecer, de longe, o estágio de cada manga, oportunizando-me arriscar um flagra do reitor, e célere chegar até aonde se encontrava o dadivoso e suculento fruto, acrescido do gosto da aventura.
Antonio Francisco de Jesus, tornou seu livro uma ponte, que vencida, mostrou uma clareira infindável que penetrei sem pudor, pela intimidade vislumbrada em cada página, citações ou frases. Um conúbio com o ontem, toldado pelos anos de fastio, revivido e pulsante na trajetória insculpida nas colocações precisas, retalhadas convenientemente, expondo-se nuas como exige o tônus contemporâneo da narrativa.
Atiçado, quase sôfrego, me deixei levar pela leitura, perpassando pelos corredores soturnos que entremeavam os dormitórios, ouvindo ainda o ranger alcaguete dos carcumidos assoalhos, a pontualizar a existência daquele seminário.
Recordei-me até das camas patentes, evocando a minha competência em desarmá-las, deixando-as como se estivessem armadas, deleitando-me quando ouvia algumas desabando sob o peso de um colega desatento.
Vi-me azucrinando o cotidiano dos prefeitos que, por infelicidade passaram pela divisão dos menores aonde me inseria. Consegui que a recordação me permitisse ouvir até o estridente badalar do sino que nos despertava, molestando nossos ouvidos e violentando a nossa vontade de permanecer mais um pouco na cama, pois a missa diária nos esperava.
Ah os apelidos!!! Pródigos em desassossegar os mais sensíveis e irritadiços, e que faziam o deleite dos gozadores, entre os quais me incluía.
E as famosas tardes de domingo obrigatoriamente vividas entre livros!!! Um despautério pois se tornavam abusivamente chatas, uma vez que o Reitor não nos dava trégua, exigindo-nos criatividade e artifícios para trocar os livros didáticos pelos romances, muitos que conseguia camuflar, na sua maioria não tolerados, incluindo os modernistas, na quase totalidade considerados impróprios para um seminarista.
Num todo, para não ser redundante, admito com contentamento, que o livro OS MENINOS QUE NÃO QUERIAM SER PADRES, me levou a um passeio prazeroso pelo tempo. Desde o instante em que o autor descendo da marinete na Rua da Frente - Avenida Ivo do Prado -, se deparou com aquele açude descomunal (o Rio Sergipe), deixando para trás os pés de grota que bolinava com a enxada para a produção de mandioca, e chegando para uma nova jornada que lhe proporcionou escaladas, descortinando o saber que tanto perseguia, mas que sua querida Itabaiana nunca lhe concederia, tornando-se assim mais um entre os meninos que não queriam ser Padres.
Obrigado, colega, pela viagem. E olha que o roteiro pode ser ampliado numa segunda edição ou no tomo II. E que possa vir logo, pois já estou me preparando para novos mergulhos.

* Jornalista e crítico de arte