domingo, 5 de junho de 2011

O LANÇAMENTO JÁ ACONTECEU NO DIA 02/06/2011





Festa bonita.Muita gente la. Intelectuais e leitores. Algumas surpresas maravilhosas.Mas também algumas ausências muito lamentadas. Nem tudo que a gente quer pode fazer/acontecer. Tanto serve para mim como para todo mundo.  


A seguir estou publicando o discurso (feito por escrito exatamente para possibilitar essa veiculação) no qual estendo a todos os meus leitores e amigos, os meus agradecimentos.






  
LANÇAMENTO DE “MENINOS QUE NÃO QUERIAM SER PADRES”


Antes de mais nada muito obrigado a todos que estão aqui e aos que queriam mas não puderam estar. Que Deus lhes dê o dobro de tudo bom que me desejam!

Publicar um livro dá algumas tristezas e muitas alegrias.  E até o momento de publicá-lo, dúvidas e medos. Digo por mim! 

1)      Sobre as Dúvidas e Medos
Passei minha vida inteira lendo livros por prazer. Saboreando sem nenhum compromisso de prestar conta a ninguém.  Comemorando com festas íntimas os bons e execrando  os ruins. Parando no meio de certos livros famosos, retirando-os do meu caminho definitivamente. Mas, por outro lado, faltando a compromissos, provocando filas na porta dos banheiros, sem poder me desligar de muitos outros, alguns deles sem fama nenhuma.
A vida estava boa assim.
Por que então publicar livros, quando apenas ler era prazer demais pra mim? Eis a primeira grande dúvida. Mas o meu anjo (demônio) da guarda sempre estava reacendendo os meus lampejos e repassando as imagens que me marcaram a vida toda.  E eram (e ainda são)  tantas imagens e lampejos que se eu não os contasse ficaria louco.  E se  morresse antes de contá-los, certamente não iria para o céu. Menosprezara dons raros dados a mim por Deus.  E já estava com 60 anos (hoje estou com 65)  e meu pai acabara de morrer dominado pelo mal de alzeimher.  Por esses medos é que tive que começar a escrever. E logo, antes que fosse tarde demais.

O medo de incomodar os nichos estabelecidos não é nada, diante do medo de morrer sem contar as minhas histórias, que são as de meus ancestrais, as de minha mãe Florita, que está ali sentadinha, aureolada por 90 anos de sabedoria e alegria, as de meus irmãos, as de minha esposa e filhos e de todas as pessoas com quem convivi a minha vinda toda. 

2)      Sobre minhas tristezas
A primeira tristeza é que, por mais esforço que faça, por mais que pesquise, o português que estudei e aprendi nunca me permite dizer o que sinto. E assim o texto escrito  tem apenas uma vaga aparência da imagem que gostaria de transmitir. Isso me dá um  triste sentimento de inutilidade.

A segunda tristeza é que, depois de ler o meu livro mil vezes, corrigir, ajustar, depurar cada frase, cada capítulo... ainda é publicado eivado de  falhas. Muitas dessas falhas passam até despercebidas do leitor apressado, mas nunca do autor do dia seguinte. E me atribulam, e me matam por dentro. Deixam-me  triste.

A terceira tristeza são os leitores. Eu sei que eles existem. Sergipe está cheio deles. O Brasil também. Mas nunca, por mais que apareça na mídia, por mais que grite pelas ruas, por mais que Ribeiro me ajude (obrigado Ribeiro), eles nunca  ficam sabendo do meu livro novo que acaba de sair.  Existem meios fantásticos de divulgar, como a internet, como toda a mídia, mas mesmo assim, em todo canto que vou, a maior parte das pessoas nunca ouviu falar nem “Os Tabaréus do Sítio Saracura”, um livro com três anos de idade.

3)      Sobre minhas alegrias
Como é gratificante ver vocês aqui agora, vieram para o lançamento de meu novo livro “Meninos que não queriam ser Padres”.  A minha luta está então começando a surtir efeito. Pessoas importantes da minha cidade, que eu não conseguiria falar com elas pessoalmente, estarão lendo o que escrevi, amanhã. Pessoas simples do povo, que gaguejam ainda na leitura, estarão saboreando meus textos que escrevi especialmente para elas.

O Sesc  ofereceu-me o espaço  e sua estrutura para receber os meus ilustres leitores. Se o fez, certamente é porque, como muitos outros órgãos e empresas da cidade, entende que a Cultura precisa de incentivos. E fico muito alegre, em nome da literatura de Sergipe, que precisa muito. Graças a vocês que vieram, graças ao SESC que nos acolhe com tanta distinção (obrigado Excelsa Machado e sua competente equipe), graças a imprensa que cobre esse evento, talvez os meus livros e todos os livros publicados possam ser conhecidos de todas as pessoas que leem.

A  maior alegria do autor (sempre falo por mim) é saber que está sendo lido e que sua obra agrada, tem utilidade. E como é  que o autor pode saber disso? 
Através de testemunhos de pessoas que se dispõem a dizer que leram e que valeu a pena.  Deus salve essas pessoas que tem coragem de falar bem!   

E agora eu me lembro do tempo em que fui crítico de cinema em Aracaju, nos idos de antigamente. Ao assistir a um filme bom, saía do cinema tão impregnado que abordava desconhecidos na Rua João Pessoa, dizendo-lhes que “fossem ao cinema, não perdessem o filme, que era bom demais”. Quantos me chamaram de louco, estupefatos diante da pureza de meu ato  espontâneo.

A  minha alegria  extrapola  qualquer medida quando as pessoas dizem coisas boas  como disseram, recentemente, três pessoas,  sobre meus livros. Falaram sobre a obra de um autor sem poder nenhum, um anônimo até ontem, de quem ninguém teria medo nem pena.  Daí (eu tenho certeza) que as pessoas falaram com o mesmo sentimento daquele  crítico de cinema do jornal “A Cruzada” de que falei há pouco. 

Escolhi apenas três dessas pessoas, pois acho que elas resumem o que disseram verbalmente e por escrito Ismael Pereira, Luiz Antônio Barreto, Clarêncio Martins Fontes, Luciano Correia, Riam Santos, Zé Carlos de tio Homero, Vladimir Souza Carvalho, Coroné Vevé, Vitor do povoado Guedes em Gracho Cardoso e muitos outros, alguns através de simples e magníficos torpedos telefônicos.

Todos me fizeram ter a certeza de que vencer as dúvidas e os medos e suportar as tristezas não foi nada diante da alegria inaudita de ouvir os seus vivas para minha singela canção.

A primeira pessoa é Cláudio Nunes, um blogueiro da Infonet que ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente, e que escreveu no dia 09/05/11:
...“Mais uma vez Saracura mostra toda sua veia literária com um jeito próprio de escrever suas peripécias e de vários colegas seminaristas. E por suas peripécias passam personagens reais e fictícios de um romance sensacional”.

A segunda pessoa é Vieira Neto, poeta e jornalista, que também ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente, e que escreveu no Jornal do Dia, em 10/05/2011:
...“Será preciso dizer mais? Basta acrescentar que “Meninos que não queriam ser padres”, assim como o livro anterior do mesmo autor, “Os Tabaréus do Sítio Saracura” (já recomendado aqui)  é construído de tal forma que o leitor se emociona da primeira à última página, quando Antônio Francisco cria um desfecho genial para sua exuberante narrativa”.

E por último, a escritora Chistina Cabral, que conheci nem tem dois meses ainda, numa sessão da Academia Sergipana de Letras (sempre que posso vou me ilustrar) e que está aqui nos honrando com sua presença nessa noite. Ela me endereçou uma carta,  que passo a ler (se me permitem):

“CARTA ABERTA AO ESCRITOR ANTÔNIO FRANCISCO DE JESUS

Querido amigo,

A literatura nos permite colecionar amigos no coração, mesmo sem conhecê-los ou ter com eles convívio.

Estes amigos nos tomam as mãos e nos levam ao imaginário. De mãos dadas permitem-nos percorrer seu encantador passado e invadir, com espanto e êxtase, o seu íntimo sadio e puro.  Refiro-me aos seus livros “Os Tabaréus do Sítio Saracura” e “Meninos que não queriam ser Padres”.

Monteiro Lobado com seu “Sítio do Pica-pau Amarelo”, lançou sua âncora amorosa e renovadora no Brasil e no Mundo. Abriu a imaginação para busca e exaltação do belo e, na sua riqueza de personalidades e temas nos permitiu, como você nos permite, integrar os nossos passados, viver com alegria ou emoção os nossos momentos, abraçar com ternura os nossos idos familiares ou amigos.

Você chegou de mala de cuia e tomou conta  do “pedaço”. Nós o seguimos Saracura, com ansiedade e curiosidade pelos momentos de calma e bom humor que nos proporciona e pelas andanças nos caminhos de nossa memória.

Christina Cabral.  Aracaju, 02/05/2011”

Só me resta dar Graças a Deus  e pedir para que Ele nos abençoe a todos, muito mais a vocês que já vieram me abençoar (e já me sinto muitas vezes abençoado), o que imensamente agradeço.
(tenho dito)

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